domingo, 29 de dezembro de 2013

Travessia PPGRA de ataque - Pico Paraná / Marco 22 na estrada da Graciosa

Enfim chegou o dia.
Muito empenho e esforço foi feito para essa realização.
Vamos aos agradecimentos:
Cíntia - nos deu carona até a Fazenda do PP, muito obrigado.
Leandro, Miguel e Debora: participaram de algumas investidas na variante Mandela e trilha da Graciosa a partir da Garganta 235.
Vietnamitas: Élcio, Fred, Jurandir e Mildo.

Fomos na sexta final da tarde para o PP. Cíntia nos deixou perto da porteira, e seguimos. Passamos reto e fomos direto para a trilha, aí começou o fudunço.
O Dílson veio correndo, com familiares, segurança etc. AQUI NINGUÉM PASSA SEM PAGAR!!!!
O troço piorou quando ele viu o Élcio, o troço ferveu, a briga ali é antiga.
A conversa ficou de lado e começou UFC. Parece que baixou um demônio no corpo do Dílson e foi pra cima do Élcio, caramba, empurra empurra, tentativa de agressão, gritaria, xingamentos, e mão voando pra tudo que é lado.
O pior de tudo é que o Dilson estava armado, antes da briga escondeu debaixo da camisa. Troço foda.
Como bem disse o Fred, enquanto não tivermos um papel escrito pelas autoridades dizendo que MONTANHISTAS NÃO PAGAM PARA PASSAR PELA TRILHA DO PICO PARANÁ, isso vai ficar acontecendo muitas vezes, até dar uma merda.
Tiramos o Élcio rápido dali, e ficamos tentando argumentar e tal, mas sem sucesso, o Dilson está fora da casinha e defendendo com unhas e dentes. Voltamos até a antiga porteira chamamos 190 e ficamos esperando por cerca de 01:30 hs.
Muita conversa e decidimos prosseguir, afinal de contas, era o dia da travessia, tempo bom, logística feita, optamos em prosseguir, depois o Élcio vai ver o que fazer sobre o episódio.
Fui na frente com o Jurandir, conversamos com o Dílson, pagamos e seguimos, para evitar mais problemas, o Fred e Élcio seguiram direto pra trilha, fiquei com o Jura preenchendo a ficha e enfim partimos.
Tudo isso ae, durou mais de 02 horas. Cacete, isso era para ser DIVERSÃO.

Bom seguimos para o PP, até o Getúlio, meu Deus, um forno.
Caminhada tranquila, sem pressa.
Chegamos no acampamento 2, parada para descanso e tomada de decisão. Como o céu estava maravilhoso, seguimos para o cume.
Eu e o Élcio, levamos tenda, saco de dormir, isolante.
Jura levou tenda.
Fred não levou nada, :(

Fiquei com o Élcio bem sossego, tenda armada, e temperatura muito agradável.
Para minha surpresa, apaguei, dormi feito pedra. Dormi um pouco só.
Na madrugada começou a chover, aí vieram os dois zóinhos, o Jura se armou do lado do Élcio, e o Fred veio pra minha tenda se proteger da chuva.
O pior ainda estava por vir. O ronco do Fred. ASSUSTADOR. Um verdadeiro Sherek. passei a noite dando porrada nele para ver se eu conseguia dormir mais, enfim, dancei, amanheceu o dia e acabei dormindo umas 02 horas.

Nossa idéia original era acordar as 04 da matina, mas como nos atrasamos por causa do nosso amigo Dilson, decidimos acordar mais tarde e fomos brindados com um visual daqueles.

A peleja começou as 06:40, saindo do PP.
Seguimos num bom ritmo até Itapiroca.
No vale do Itapiroca e Cerro, encontramos uma turma que estava fazendo a travessia 7C, Sérgio, Diana e cia.
Paramos para um breve papo e muque, simbora.
Chegando no Cerro, mais pessoal pelas trilhas, encontramos o Feiojoada, conhecido do Jura.
Como estávamos atrasados, decidimos abortar o cume do Cerro Verde, nosso objetivo era chegar no marco 22.
Após Cerro Verde, entramos na variante Mandela, saindo perto do cume do Luar.
No Luar, seguimos para a trilha Ciririca "por cima". Caminho novo pra mim. A trilha está meio fechada, e chegando perto do "Última Chance" a trilha fica meio confusa e um ninho de rato desgraçado. Nessa trilha as vezes entra em campo, e estava uma garoa bem forte e um vento lascado.
Aqui era quase metade do caminho, onde já tínhamos feito: PP / Itapiroca / Cerro Verde / Luar / Siri / Última Chance.
o Élcio deu uma cacetada na canela que abriu e ficou sangrando muito, mas simbora, o cara é um homem das cavernas mesmo.
Simbora enfrentar parede do Ciririca, cacete, sempre é foda.
Enfim, estávamos no Ciririca, vencemos a parte mais "fácil". Falta de sono e cansaço a bater, mas simbora, muque.
Seguimos rumo ao Agudos.
PQP, a parede do Ciririca sentido Agudos é foda. Muito fácil dar uma merda. Trilha fudida de suja, fechada e inclinada. É sistema bruto.
Passa por umas 3 cordas. Molhadas e cheia de limo, vira um elevador sem freio. Por sorte que numa delas tinha um lodo que ajudou a amortecer, aqui perdi meu bastão de caminhada e estourei minhas mãos.
Paredão vencido, decidimos abortar o ataque ao Agudo, pois estávamos umas 03 horas de atraso do horário previsto.
Agudos entrou de novo na lista de afazeres, mas não de ataque, hehehehehe

Depois do Agudo da Cotia, o troço fica Vietnã.
Parte mais difícil da travessia fica entre o Agudos da Cotia e Garganta 235.
Não existe trilha, vai andando em rio com pedras lisas. Depois encontra o Rio Forquilhas e mais rio e pedras lisas.
Perdi a conta de quantos tombos eu levei. Já estava muito cansado.
Teve um tombo que parecia um bezouro, caí de costas e com as patas pra cima, de tão lazarento que foi o tombo, me matei de rir.
Batidas de canela, cotovelo, joelho é muito comum.
Alguns momentos tensos na saída do Rio Forquilhas. Trilha fechada e suja. Começava escurecer, mas estávamos dentro do programado onde era fazer essa parte ainda com luz do dia.
Chegamos na garganta 235 com luz do dia. Ufa, daqui pra frente tínhamos a trilha que abrimos, não precisa mais andar em rio direto. Um certo alívio.
Aqui eu fiquei meio assustado. Fui dar um mijão e saiu uma urina escura, FUDEU. E ainda tinha muuuuuuito chão pela frente.
Hoje fui direto fazer uma pesquisa na internet e achei isso:
"
Hemoglobinúria e ou Mioglobinúria: São pigmentos anormais que aparecem na urina após exercícios físicos dando, cor marrom-escuro ou vermelho-escuro na urina. É causada por hemólise (destruição) intravascular das células vermelhas do sangue durante corridas ou caminhadas de longa distância. Acontece porque na massa muscular esquelética dos atletas há um maior desenvolvimento dos vasos sanguíneos e um aumento considerável dos capilares, chegando, segundo alguns autores, até 5.000 por milímetro quadrado de seção transversal de músculo. Durante o esforço físico, a maioria deste vasos capilares entra em funcionamento, sofrendo dilatação com maior afluxo de sangue, aumentando de 4 a 9 vezes a circulação no músculo.
Nos caminhantes e corredores, o aumento da circulação dos membros inferiores poderá ocasionar uma destruição das hemácias (células vermelhas) por traumatismo do calcanhar com o solo e pelo esforço dos músculos da pantorrilha. A destruição das hemácias sofrerá um processo de reaborção e conseqüente eliminação de hemoglobina pela urina, configurando a hemoglobinúria". Achei aqui ó - http://www.jmaratona.com/2008/05/exerccios-fsicos-possveis-complicaes.html

Bom, continuando, a equipe toda lascada, cansados, fome, sujos e principalmente lazarentos de fedidos.
Seguimos pela trilha que abrimos. Como valeu a pena o serviço que fizemos por lá.
Só o fato de caminhas em terra firme e num caminho certo, alivia muito a tensão.
Da Garganta até o Marco 22 em condições normais, da pra fazer em 04:00 hs e se der uma apressada, da pra fazer em menos tempo.
Como no nosso caso estávamos pra lá de fudidos, demoramos uma eternidade até chegar no marco 22.
Era só tombo, xingamentos, dores e palavrões.
O trecho final é uma subida, mellllllllldeus. Subida eterna.
O alívio foi escutar barulho de carro, ufa conseguimos.
Enfim, chegamos no marco 22 as 01:40 da manhã, molhados, cansados, sujos, fedidos e morrendo de frio.
O Élcio notou nossas condições, e sugeriu que ele buscasse o carro no Espalha Brasa, foi prontamente aceito a proposta.
Depois de algum tempo o Élcio chega com seu CeltaRover. Roupa limpa e seca.
Retornando, o Élcio começou a piscar de sono. Trocamos de piloto, o Fred se prontificou e nos guiou até o centro.
Eu não conseguia ficar com os olhos abertos e minhas coxas (virilha) está em carne viva, assadura nível 100, fodal.

E assim foi nossa peleja. Realizada com muito esforço e empenho. Muito difícil. Acho que nunca fiz um troço tão lazarento.
Foram 19:00 hs de caminhada. Subindo e descendo montanha. Passando por trilhas boas e trilhas lazarentas de ruim.
Trilhas que não conhecia: Ciririca por cima / Ciririca e Garganta 235.

Élcio - valeu parceria e convite para participar desse projeto e pernada, simbora ou berço?????
Jurandir - primeira pernada de muitas que iremos fazer, grande parceiro mas larga esse telefone, hauaaahau
Fred - primeira pernada de muitas que virão, anda muito, é um gentleman, mas da próxima vez leva tenda, porque o ronco do Sr é assustador, preciso dormir a noite, hahahahaha

Isso ae, assim termina minha temporada em montanha em 2013 em grande estilo, agora é limpar os equipos e guardar.
Em 2014 continuo com a idéia de eliminar a minha lista de afazeres. Quero ir pra onde ainda não fui.
Pretendo realizar as travessias que temos por aqui, para depois ir realizar as outras que temos no Brasil.

Isso ae, moooooooooooooooooooooooove

Segue o álbum das chapas e vídeos.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Variante Mandela

Dando continuidade nos serviços, ontem conseguimos finalizar a Variante Mandela, projeto do Élcio.
A idéia era fazer uma variante, para quem vem do Itapiroca sentido Luar. Essa variante corta uma grande volta.
Na primeira tentativa, demos de cara com plantações de pedras gigantes, gretas e penhascos, dançamos, tivemos que abortar.
Ontem, tinha tudo para dar errado, mas no final deu certo.
O início usamos uma antiga trilha do Taquaripoca.
Na parte inicial alguns rastros, depois nada. Seguindo as fitas amarelas, começa descendo e subindo um vale.
Saindo da floresta, chega em vegetação de campo onde tentamos fazer um trilho.
Conseguimos ontem chegar no verdadeiro cume do Taquaripoca, antes o Élcio tinha chegado numas pedras, ontem conseguimos chegar na parte mais alta.
Depois do Taquaripoca, o caminho é em floresta e campos.
Tínhamos duas linhas traçadas de caminho a partir do Taquaripoca. No final ficamos com uma linha entre as duas, ficou muito bom, a Variante Mandela, saiu ao lado da entrada do caminho para o "Ovo de Dinossauro", uns 10 minutos do cume do Luar, serviço realizado com sucesso.
Sofremos mas conseguimos.
Foi muito foda. A vegetação fechada, 14 hs de garoa, vento e chuva.
Ontem foi um teste do psicológico e determinação.
Tínhamos um objetivo, e desde o início era muito mais fácil e cômodo desistir.
Mas seguimos até o final e tudo deu certo, mas sofremos pacas.
Depois de todo o serviço de abertura da trilha, tínhamos a volta.
Subir o Tucum com chuva e vento patagônico não é nada divertido.
Já na rampa do Camapuã, o Élcio torceu o pé e vape pro chão.
Mas o homem das cavernas é chupetão, uma pequena pausa e muque.
Chegamos no Bolinha com os pés que pareciam uva passas.
Tínhamos ainda a subida de carro.
PQP eu tava tenso, na última vez eu fiquei atolado no barranco.
Ontem foi nosso dia. A picape subiu que uma beleza, mas ainda vou ter um 4x4.
Valeu Élcio pela peleja.

Seguem as chapas e vídeos:

domingo, 8 de dezembro de 2013

Taquaripoca - 100 metros / 20 metros parece pouco mas não é.

100 metros nunca foi tão longe.

Sabadão mas um serviço a ser realizado. Guerrilheiros Élcio / Mildo / Leandro / Miguel.

Quero deixar bem claro uma coisa.
Essas aberturas de trilhas que fizemos nos últimos dias, é um antigo projeto do Élcio.
Não é uma abertura a toa.
Muito bem analisado, carta, curva de nível, GE e gps.
E outra coisa, não é para benefício pessoal, mas sim, para todos.
São trilhas "necessárias" mas que é difícil achar alguém que faça.
A idéia dessa trilha era:
a) do Cerro ir direto para o Taquaripoca, depois ligando ao Luar, cortando uma grande volta que hoje é feita.
b) para travessias partindo do Itapiroca rumo ao Ciririca, economizaria no mínimo 01 hora de caminhada, alguns quilômetros e muita altimetria, não vale a pena?

Bom começamos a pernada as 06:20 da manhã do Bolinha.
Chegamos no Camapuã e depois Tucum com menos de 03 horas de caminhada e com um visual daqueles.
O vale entre o Tucum e Cerro é meio complicado, muitos caminhos.
Queria deixar um agradecimento. Não sei quem foi, gostaria de saber.
Fizeram um bom serviço de fitar as árvores com uma fita laranja bem visível o caminho correto, pois no tracksource o caminho está errado, coletei esse trecho e vou solicitar que arrumem essa parte no mapa.
Depois disso teve cobra e formigueiro gigante e um grande susto para mim.
Analisando o terreno, pois tinha visual, decidimos usar uma antiga trilha que já existia, não chegamos a subir o Cerro e descer pela crista, que era nosso plano original.
No começo a trilha até tinha um caminho, depois zero, então fomos abrindo até chegar no nosso caminho traçado.
Tudo estava indo muito bem. Aí começou a virar nossa sorte.
Estávamos numa vegetação rasteira e derepende caí numa greta. PUTAQUERIU, consegui me segurar, fiquei só com o pescoço e ombros pra fora, e os pés não acharam terra firme, consegui subir e nem quis ver o tamanho da merda, zarpei fora rápido dali e tive que parar um pouco e dar uma respirada daquelas da prática de Yoga, caramba, que susto. Leandro e Miguel acompanharam o cagaço, o Élcio estava um pouco a frente.
Recomposto, simbora.
A pouco metros do cume, decidimos contornar, ao invés de seguir pelo cume / crista (decisão crucial do dia), decidimos contornar o Cume, pois a vegetação estava aceitável, e estávamos a 200 metros da trilha original para o Luar.
Só que uma coisa é certa, teoria e prática, aplicando em abertura de trilha, as vezes é uma diferença que assusta.
Entramos numa vegetação lazarenta.
Passamos um tempão nesse trecho, nessa hora, não estava rendendo muito, cansados e começava a garoar, mas ainda viria o pior.
Ficamos mais de uma hora para avançar 100 metros, assim estávamos a 100 metros do nosso objetivo.
Aí o Élcio mandou um FUDEUUUUU.
Que fique bem claro uma coisa, quando o Élcio falar que FUDEUUUU, é por que a coisa tá feia.
Chegamos num ponto onde demos de cara com gretas assustadoras e pedras gigantescas onde ficou impossível seguir com nossa linha planejada. Caramba, baixou o ânimo da turma. Paramos um pouco, onde o Élcio foi subindo só para ver tinha uma luz no túnel, sem chance. Voltamos. Tentamos descer, sem chance. Aí quebrou nossas pernas.
E estávamos a 100 metros do objetivo. Caramba nunca 100 metros ficou tão longe.
Foi a hora da decisão, tivemos que abandonar aquele trecho.
Retornamos até o ponto onde decidimos cortar o cume, e agora seguimos até o cume.
Mais um problema, chega-se numa pedra grande e o cume fica na frente uns 20/30 metros, só que dessa pedra pra frente não passa.
PUTAQUEPARIU, vai pra lá, vem cá e sem chance, por ali não passa.
Então decidimos parar com a empreitada. Pois já garoava a um bom tempo, estávamos cansados e tínhamos ainda todo o caminho da volta, que era subir até a bifurca do Cerro / Tucum / Camapuã.
Deixamos o serviço nas pendências, onde dali onde paramos até encontrar a trilha do Luar são uns 200 metros aproximados.
Chegando na bifurca começou a chuva onde foi parar somente chegando no Bolinha.
Caminhar na chuva não é de tão ruim, não estava frio, apenas quando parava.
Mas subir e descer o Tucum e Camapuã na chuva exige uma atenção redobrada.
Depois da eterna decida até o Bolinha, chegamos com final de luz do dia, cansados e com fome.
A tia lá do lugar, operou o joelho, mas tinha uns parentes dela lá e rolou uma coca gelada e coxinha / pastel para matar a fome.
O custo lá está em R$ 10,00.
E um detalhe muito importante, se chover muito só volta quem tiver 4x4, carro baixo não sobe.
Tinha chovido bastante, mas não tinha passado pouco carro. Então nosso piloto, o Miguel, conseguiu subir, mas por pouco não caímos na valeta e ficamos atolados.
Só depois de subir e cair na estradinhas pudemos realmente relaxar, agora só voltar pra casa.
E assim foi o sabadão, não terminou como gostaríamos, não se pode ganhar sempre né?
Mas dentro em breve voltaremos lá para finalizar isso.
Isso ae, valeu Élcio, Leandro e Miguel (firmeza) pela pernada e pelas muitas risadas.

Segue algumas chapas enquanto não choveu, hehehehheh